Uma noite em 67, sonoridades que reverberam a mais de 45 anos!

"Essa noite ainda ecoa em nossos ouvidos, mais de 45 anos depois!"
“Essa noite ainda ecoa em nossos ouvidos, mais de 45 anos depois!”

Indicada para qualquer pessoa com o mínimo de interesse pela música tupiniquim, a dica cinematográfica da vez é o longa Uma noite em 67 – que conta a história da final do mais emblemático festival brasileiro da canção e traz depoimentos importantes sobre os bastidores daquela edição e suas consequências.

Dirigido por Renato Terra e Ricardo Calil, o documentário fala da relevância estética e política daquele festival, transformando-o em uma espécie de ápice da produção musical brasileira dos anos 60 – tornando-se norte e referência para várias gerações de artistas, que pretendiam e pretendem reforçar ou refutar a semente plantada naquela noite.

O filme destaca 6 finalistas, respectivamente: Sérgio Ricardo, com Beto Bom de Bola; Roberto Carlos, com o samba Maria, Carnaval e Cinzas; Caetano Veloso, com Alegria, Alegria; Chico Buarque e o MPB 4 vinham com Roda Viva; Gilberto Gil e os Mutantes, com Domingo no Parque; e Edu Lobo, com Ponteio.

Tendo estas apresentações como eixo narrativo, o longa reconta, 45 anos depois, o que se passou naquela noite de 21 de outubro de 1967, no Teatro Paramount, em São Paulo, durante a final do III Festival de Música Popular Brasileira da TV Record. Conta, inclusive, com declarações de testemunhas privilegiadas, como o jornalista Sérgio Cabral (um dos jurados), o produtor Solano RibeiroNelson Motta.

Além da importância histórica, já falada, Uma Noite em 67 aborda outros aspectos, que a meu ver merecem destaque:

  • A Festa/Batalha, pois além de colegas de profissão e amigos, todos disputavam um prêmio;
  • O Protagonismo da plateia, que muitas vezes, imbuída do direito à vaia, descarregava insatisfações externas nos artistas que se apresentavam, em um misto de legítimo direito à manifestação, intolerância, ignorância e falta de respeito;
  • As Torcidas, pois assim como no futebol, o público escolhia suas preferências, as defendia e combatia aquilo que fosse contrário às suas escolhas;
  • A dicotomia entre Conservadorismo X Modernidade, pois estavam lado a lado, artistas que representavam algo velho, mesmo que involuntariamente, e artistas que flertavam com a ruptura e a desconstrução (até essas categorizações são questionáveis);
  • O caráter ficcional/personagens, pois como o festival se tratava de um programa de TV, os participantes – como os integrantes de realities shows de hoje em dia – tinham papéis específicos para os produtores e organizadores do espetáculo.

Enfim, o filme é um importante registro dessa época, que influencia fortemente a música até hoje. Abaixo estão disponíveis a sinopse, a ficha técnica e o longa – na íntegra. Confira!

No teatro: aplausos, vaias, um violão quebrado, guitarras estridentes. No palco: os jovens Chico Buarque, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Roberto Carlos, Edu Lobo e Sérgio Ricardo. As músicas: “Roda Viva”, “Ponteio”, “Alegria, Alegria”, “Domingo no Parque”. E só um deles sairia vencedor. Isso é “Uma Noite em 67”, um convite para viver a final do Festival da Record que mudou os rumos da MPB.

Uma noite em 67 (completo)

Ficha Técnica:

Direção: Renato Terra e Ricardo Calil

Coprodução: VideoFilmes e Record Entretenimento

Produção executiva: João Moreira Salles e Maurício Andrade Ramos

Consultoria: Zuza Homem de Mello

Direção de Fotografia: Jacques Cheuiche

Som: Valéria Ferro

Montagem: Jordana Berg

Mixagem: Denilson Campos

Produção: Beth Accioly

Coordenação de produção: Carolina Benevides

Coordenação de finalização: Bianca Costa

Pesquisa: Antônio Venâncio

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